HISTÓRIA
O Monge Daiju recém chegado da ilha de Shikoku no Japão, onde há um roteiro de peregrinação espiritual que é um dos mais importantes da Ásia. São os HATIJYUHAKASHÔ, os oitenta e oito pontos ou paradas de um roteiro que se faz muito a pé, mas que se pode também fazer de trem ou de carro. Mesmo que o mosteiro onde ele estava, em Zuiouji, fosse o maior templo dessa ilha e não estivesse incluído nesse trajeto, conviveu muito de perto com essa prática espiritual. Ora vendo peregrinos, pessoas transitando com paramentos próprios para as caminhadas.
Como a volta ao Brasil se deu meio abrupta, ele não teve tempo para cumprir o roteiro todo nos mais de quarenta dias necessários e teve que improvisar. Aproveitou os dez dias que dispunha para circular pela ilha despedindo dos amigos nesse roteiro espiritual que carrega uma forte motivação pelo fortalecimento da fé no ser humano. Com isso resolveu fazer uma caminhada espiritual por Ibiraçu usando uma planta católica. "Fui à igreja e peguei todas as informações detalhadas, quem tomava conta da chave, qual era o padroeiro de cada capela, enquanto que na prefeitura peguei o mapa e a rota das estradas. O bonito foi essa coisa do interagir, criando um diálogo espontâneo entre as religiões."
Naquela época o mosteiro era praticamente desconhecido e não era muito fácil ter que explicar. O que facilitava era o fato do roteiro ser numa planta católica. Isso permitia um diálogo cauteloso, curioso e timidamente compreensivo, já que não se podia ser contra a uma caminhada de uma igreja a outra.
Assim nasceu o Caminhos da Sabedoria.